A Amazônia e a Hidreletricidade (VIII)
*Manoel Soriano Neto
Árdua é a missão de desenvolver e defender a
Amazônia. Muito mais difícil, porém, foi a de nossos
antepassados em conquistá-la e mantê-la.
General Rodrigo Octávio / 1º Comandante Militar da Amazônia (1968/1970)
Árdua é a missão de desenvolver e defender aAmazônia. Muito mais difícil, porém, foi a de nossosantepassados em conquistá-la e mantê-la.
General Rodrigo Octávio / 1º Comandante Militar da Amazônia (1968/1970)

deste jornal. Entretanto, não houve um sério planejamento para tal e foram feitas concessões a grupos impatrióticos de ambientalistas/indigenistas, como a drástica redução das áreas alagadas (reservatórios de acumulação de água), o que reduz, imensamente, a capacidade operativa das usinas em construção ou já concluídas. Em face desse grave erro, as usinas termelétricas, caras e poluidoras, foram acionadas de forma quase que permanente, quando deveriam ser complementares às hidrelétricas.
Assim, o preço das contas de luz para todos os consumidores poderá ter um aumento que se calcula em 1,6% no presente ano, ocasionado, também, pela inclemente seca que assolou o Brasil, no final de 2012, máxime a partir de setembro daquele ano, quando as termelétricas permaneceram ativas por muitos meses, só começando a ser desligadas em maio de 2013. Igualmente, ao término daquele ano, a situação dos reservatórios do Nordeste apresentava-se crítica, com uma capacidade de armazenamento cerca de 24%, a mais baixa do País, segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). Em consequência, ficamos dependentes das chuvas e da boa vazão dos rios (o que é inconcebível!), fruto de um mau aproveitamento de nosso fabuloso potencial potamográfico. Outra gravíssima falha foi a não previsão de construção de eclusas junto às hidrelétricas, o que inviabilizará ou muito dificultará a navegação em importantes rios, evidenciando-se completa falta de imprescindível sinergia entre os ministérios de Minas e Energia (MME) e dos Transportes (MT), sendo certo de que foi lançado, com grande estrondo publicitário, no ano passado, o Plano Hidroviário Estratégico (PHE)...
Quanto à construção de novas hidrelétricas, muito se fala nas denominadas usinas plataforma - um dos objetivos prioritários do MME -, as quais deverão aproveitar, adequadamente, os mananciais de água da Amazônia, a fim de que a geração de energia daquelas que se localizam próximas ou no interior das Unidades de Conservação (UC) e Terras Indígenas (TI), se compatibilize com a preservação do meio ambiente, do modo de vida dos povos indígenas e ribeirinhos e da biodiversidade amazônica.
Outrossim, várias condicionantes (na realidade, exigências) deverão ser implementadas para os próximos empreendimentos, em vista de fortes pressões com viezes ideológicos, dos ditos movimentos socioambientais , que enquadram entidades altamente engajadas, como o Instituto Socioambiental" (ISA), Movimento Xingu Vivo para Sempre e outras. Diga-se que algumas dessas condicionantes somente poderão ser cumpridas após o pleno funcionamento das hidrelétricas; entretanto, as citadas entidades e grupelhos de ecoxiitas, vêm exigindo, constantemente, o cumprimento, desde já, das cláusulas estabelecidas, tudo para retardar ou embargar as obras em andamento. Os prejuízos já causados nos cronogramas previstos são de vulto, e, com certeza, de muito retardarão o crescimento nacional, que tanto carece de infraestrutura econômica, em particular de energia elétrica.
O PAC II deu prosseguimento aos projetos hidrelétricos do PAC I. Em março de 2012, foi divulgado o balanço acerca das hidrelétricas da Amazônia, referentes a um ano do PAC II, relacionando-se aquelas em implantação, as planejadas ou as que se encontram em fase de estudos de viabilidade.
* Coronel, Historiador Militar e Advogado
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