A Amazônia e a Hidreletricidade (XIV)
*Manoel Soriano Neto
Árdua é a missão de desenvolver e defender a Amazônia. Muito mais difícil, porém, foi a de nossos antepassados em conquistá-la e mantê-la.
General Rodrigo Octávio / 1º Comandante Militar da Amazônia (1968/1970)

Então, fontes alternativas devem ser buscadas, em face do não distante esgotamento da matriz hidrelétrica brasileira e do estresse hídrico que vimos sofrendo pela escassez de chuvas, com sérios reflexos até no abastecimento de água, como é o caso da capital paulista. Diga-se que a falta de chuvas fez com que o preço da energia elétrica subisse bastante no mercado, só não disparando, assustadoramente, por causa do quase nulo crescimento nacional, que vem apresentando ridículos pibinhos que margeiam o número zero... Urge, pois, que desde já, se planeje a diversificação da dita matriz, para a implementação em curto prazo e futura, de outros tipos de energia, como a eólica, a solar, a nuclear, a das marés e a da queima da biomassa. Com tantas fontes com que a natureza aquinhoou o nosso país, não se pode perder tempo e elas devem ser racionalmente aproveitadas, máxime, repita-se, como sucedâneas à carência de chuvas.

Entretanto, essas fontes alternativas, apesar da premente necessidadede seu uso, não se comparam à hidreletricidade, que é renovável, abundante, barata e não poluidora. Ademais, elas não são ambientalmente corretas, como, por exemplo: a nuclear, devido ao lixo atômico e ao medo de vazamentos (o combustível pode durar centenas de anos) como o de Chernobil e os que têm ocorrido em alguns países; a solar, que necessita de grandes extensões de área para as placas fotovoltaicas e a eólica, com a construção de parques eólicos, cuacaf cataventos não devem ser instalados nas rotas de migração de aves.
Tracemos, sucintamente, algumas considerações acerca da energia eólica, sendo certo que os ventos, em especial no Nordeste brasileiro, possuem uma notável regularidade. Como ilustração, anote-se que a expressão eólica, provém de Eolo, o deus dos ventos, da mitologia grega (ou Hélios). Os parques eólicos são, geralmente, bastante antipáticos à população por muito barulhentos e poluírem a paisagem. Além disso, as eólicas são excessivamente caras, matam aves de arribação e, apesar de serem fontes renováveis, são muito dependentes de sofisticada tecnologia estrangeira (obras de infraestrutura e importação de modernos equipamentos de geração energética); também são totalmente dependentes de ventos fortes e constantes para torná-las viáveis. Porém, se próximas aos grandes centros consumidores, são deveras vantaacafas, pois dispensam a construção de linhas de transmissão (os linhões), tão necessários para as usinas hidrelétricas e termelétricas.
* Coronel, Historiador Militar e Advogado
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