Amazônia - O grande desafio (XIV)
*Manoel Soriano Neto
Árdua é a missão de desenvolver e defender a
Amazônia. Muito mais difícil, porém, foi a de nossos
antepassados em conquistá-la e mantê-la.
General Rodrigo Octávio / 1º Comandante Militar da Amazônia (1968/1970)
O tema que vimos abordando - a biodiversidade amazônica - é por demais amplo e complexo, pelo que ainda discorreremos sobre o mesmo. É certo que a preservação do bioma amazônico, em especial de sua flora selvagem - ainda em plena transformação - daí falar-se em "meta-flora da Amazônia", constituise em problema prioritário para nós brasileiros.
Felizmente, tudo que diga respeito à Amazônia Brasileira vem despertando o interesse nacional! Ela é alvo de uma pertinaz cobiça estrangeira (nunca é demais repetir este truísmo), desde o século XVII, a qual se agudizou nos dias hodiernos, em vista da progressiva escassez de recursos naturais e matérias primas nos países desenvolvidos.
Ao Brasil, que detém quase 63% da Gran ou Pan-Amazônia, cumpre guardá-la, defendê-la e explorá-la racionalmente, sem considerar a opinião dos que a desejam, com escusas intenções, "preservá-la", como um intocável museu, parque ecológico ou santuário natural do planeta, como se apregoa, alhures... Com acendrado patriotismo, as Forças Armadas (FFAA) vêm se desdobrando em toda a imensa região a fim de suprirem, parcialmente, o preocupante déficit de Soberania Nacional lá existente, como já alertaram à nação, vários comandantes militares.
A floresta amazônica não pode ser congelada, como se uma estratégica e imensa reserva técnica fosse, para a utilização a médio e longo prazos por nações hegemônicas, que, por isso, pugnam por seu tombamento como patrimônio comum da humanidade, tal e qual vetustos patrimônios, v.g., da arquitetura, como a romana, de países muito antigos, em especial da Europa. A Amazônia não é o propalado "inferno verde" que por aí difundem, com malévolos intuitos; ela é, sim, dos brasileiros, na parte que nos cabe, geograficamente, para nosso próprio usufruto.
Então, devemos estar aprestados contra veleidades alienígenas em internacionalizá-la ou, como dizem mais recentemente, "planetarizá-la", transformando-a em gigantescos laboratórios de experimentação (em geral à busca de patentes para produtos da fauna e flora locais, onde atuam muitas entidades científicas transnacionais) ou em incomensuráveis "jardins botânicos" (não se pode derrubar nenhuma árvore) ou "zoológicos" (a acultura ção dos indígenas é peremptoriamente proibida), em nome de um antipatriótico, pertinaz e entreguista aparato ambientalista/indigenista.
E, diga-se, não se trata de nenhuma teoria da conspiração. Ela deve, pois, ser defendida, como dizia o Barão do Rio Branco, "a ferro, a fogo e a sangue", se necessário.
A ameaça ao ecossistema amazônico vem sendo estudada por várias organizações nacionais e internacionais (umas, de extrema seriedade, e outras, nem tanto, até por que se encontram atreladas a interesses forâneos). Destarte, vem se afirmando, com bastante exagero, que a Amazônia está se "desertificando", podendo se transformar, no futuro, em uma enorme savana, pela ação do homem e da natureza - em face do aquecimento global que afeta o clima da Terra. Quanto às causas humanas, o desmate é a principal delas, ocasionado pela extração ilegal de madeira, garimpagem, agronegócio (com o plantio de espécies estranhas ao meio ambiente da selva tropical) e pela pecuária que responde, sozinha, por cerca de 15% das emissões globais de gases, interferindo no efeito estufa (assinale-se que isso não é consenso...).
E o quadro tende a se agravar, mercê da crescente demanda chinesa por mais carne para consumo de sua população de 1,4 bilhão de habitantes, fornecida em parte pelo Brasil.
* Coronel, Historiador Militar e Advogado Este endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo.