*Manoel Soriano Neto
Após estudarmos a problemática da imensa bacia potamográfica da Amazônia, quando assinalamos a importância para a biotecnologia brasileira, do estudo dos peixes fluviais e dos microorganismos aquáticos, também realizado por organizações internacionais que nos disputam, muitas vezes de forma fraudulenta, a primazia dos conhecimentos adquiridos, passaremos à análise de alguns aspectos da biodiversidade da região.
O bioma amazônico agrega a maior floresta tropical úmida do mundo. Em sua biodiversidade, além dos rios, em especial o maior e mais volumoso do universo - o Amazonas - e das águas subterrâneas do aquífero Alter do Chão (a Amazônia é chamada, entre outros designativos, de O Império das Águas, eis que detém 14% das reservas mundiais de água doce), lá se localizam o maior banco genético e a maior província mineralógica do planeta. Nesta, ocorrem, entre outras, abundantes jazidas de ouro, terras raras, cassiterita, diamante, prata e minérios estratégicos de terceira geração, como o titânio, o urânio, o nióbio, etc., nas serras mineralizadas, ao Norte da calha do Rio-Mar (assunto que abordaremos posteriormente).
Ao contrário do que normalmente se pensa, o solo amazônico não é de planícies com selvas e rios: há áreas de considerável altitude, além de cerrados e campos, sob um clima quente e úmido. A região integra 1/3 das reservas mundiais de florestas latifoliadas ou seja, de folhas largas cortadas por incontáveis cursos de água (acumula 2/3 de nossas reservas hidrelétricas, - a maior caixa dágua do País -, como já dito em artigos anteriores). A Amazônia Legal Brasileira, riquíssima em água doce e minérios, abriga, outrossim, 30% (!) de todas as espécies vivas, em sua diversidade biológica.
Dezenas de milhares de plantas foram catalogadas por cientistas - em particular botânicos brasileiros - mas a quantidade total está ainda bem longe de ser elencada. Todavia, uma primeira lista foi publicada, recentemente, pela revista Pnas, fruto de profícuo trabalho de cientistas nacionais e estrangeiros, dando conta da existência de 14.003 espécies, das quais 6.727 são árvores propriamente ditas.
Tais árvores produzem chuvas, pois formam nuvens que são transportadas pelos ventos alíseos: são os rios voadores, fenômeno que já explicamos, à saciedade, anteriormente. Os botânicos, de há muito, vêm tabulando os vegetais da Amazônia, por várias categorias.
Registre-se que o sueco Lineu (1707-1778) criouumsistema de identificação para cada ser vivo, com nomes duplos latinos: assim, a castanheira, árvore alta e bela, típica da região, é a bertholletia excelsa (por ilustrativo, diga-se que o Exército Brasileiro instituiu uma medalha para os que serviram na Amazônia; a passadeira é carregada com castanheiras estilizadas, conforme o tempo de serviço lá prestado). A mencionada e complexa tabulação inclui, igualmente, ervas, arbustos e epífitas - são plantas, como as orquídeas, que vivem em simbiose com espécies de maior
porte.
A propósito, hileia é uma linda orquídea amazônica (hilé quer dizer floresta, em grego) e motivou o naturalista, geógrafo e explorador alemão Alexander Von Humboldt, a denominar toda a região, de Hileia Amazônica.
Muitas palmas para a efetivação no Ministério da Defesa, do general Silva e Luna! Tal ministério deveria ser confiado a militares! Já passou da hora de abjurarmos o vezo do colonialismo ou satelitismo cultural, de sempre macaquear tudo o No fim da pe- que vem do estrangeiro.
Viva o Brasil!!
* Coronel, Historiador Militar e Advogado Este endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo.